20/10/2014

Participantes: Leandro do Valle

Leandro do Valle, 23 anos, é estudante de Psicologia na UCDB e faz uma reflexão sobre os diferentes vícios do homem na sua música "O Último Cigarro".


Leandro, 23 anos, é estudante da UCDB
Leandro teve seu primeiro contato com a música no punk, tendo tocado numa pequena punk aos 13 anos alguns covers de Ramones, Raimundo, Motorhead e músicas mais pesadas. Entretanto, hoje seus trabalhos se encontram com o folk e tem influências de Raul Seixas, Bob Dylan, Violeta Parra e outros artistas latinos.

O estudante de psicologia fala como o folk nasce de uma ramificação do blues que passa a ser uma forma de protesto. Suas origens estão nos povos do campo, excluídos e insatisfeito com a economia, que não tinham contato com o eruditismo do blues.

"Diferente do punk que precisa de um grito pra externar sua contestação, o folk vai precisar da letra". Desde cedo seu interesse pelos estudos sociais e filosóficos influenciaram suas ideologias composições. Na letra de "O Último Cigarro", um amigo que tinha passado por uma paixão platônica foi a fonte de inspiração para compor uma música que comparava o vício do cigarro com o amor, ao som de uma melodia leve de violão.

"Ninguém vive sem vícios" diz Leandro. "O vício, ao longo dos anos, se tornou algo negativo, porém todos nós temos vícios". Ele explica que o estigma de ruim ignora o fato de que o homem precisa estruturar sua vida, dentro de formas, que de tão regradas e repetitivas são muitas vezes viciantes - e até mesmo a tentativa de fugir dos padrões pode se tornar um vício. Nem sempre aquilo em que viciaremos será algo ruim, podemos estar viciados em hábitos, drogas, instituições ou pessoas.

"O meu maior vício seria tentar encontrar uma maneira de dar a mão pro próximo sem tirar seus pés da estrada que ele trilha." Enquanto futuro psicólogo, ele enxerga que o ideal ao encontrar alguém que se sente "perdido" na vida é formar uma relação intima que respeite os limites do outro, que mostre a ele a capacidade de se encontrar. O participante tenta fazê-lo através da música, trazendo mensagens que antes ao mesmo tempo são reflexivas e emancipadoras. "Nós vivemos muitas vezes sem o hábito de nos arriscarmos, não procurar outros caminhos e crescer"

Já tendo feito cerca de 20 músicas, Leandro diz que tem dificuldade de expor seu trabalho por conta da timidez. Já tendo feito teatro, o estímulo de amigos e outros artistas o incentivou a participar do festival pela primeira vez, vencendo o medo de não ser selecionado.

Confira aqui um vídeo de Leandro interpretando "Check-Up" do Raul Seixas

Ass: Joaquim Lucas - Assessoria de Comunicação do Teatro Glauce Rocha

Nenhum comentário: