20/10/2014

Participantes: Carta aos Brasilis

A banda tocando em casa. Jair (centro) faz o Cursinho Pré-Vestibular Morenão
Um grupo de músicos experientes com vontade de fazer músicas independentes e que lhes dê liberdade na hora de criar define o projeto "Carta aos Brasilis", composto por Jair Fraga, Leonardo Bugalu, Bruno Pironato, Urielton e Wellington Monteiro, Diogo Zaratti, Zeca do Trombone e Carlos Henrique.

Com um grupo numeroso, dificilmente conseguiríamos entrevistar todos, mas alguns integrantes da "Carta aos Brasilis" (nome da música que pode se tornar uma banda) puderam nos contar um pouco de como foi a criação e como será esse projeto, ao mesmo tempo ambicioso e simples. Jair (27 anos, compositor e vocal) e Bruno (28 anos, flauta e voz) se dispuseram a falar e são alguns dos idealizadores do projeto. Bugalu (33 anos, violão e voz principal) também está entre os idealizadores, e é chamado por Jair de um "violonista virtuoso, além de um intérprete fantástico".

Com um público já fiel nos bares em que toca, infelizmente a correria das entrevistas não me permitiu falar com Bugalu, mas os dois entrevistados falam da importância que ele teve para a banda. Os primeiros encontros dos três para tocar foram em sua casa. Jair ressalta que as composições do violonista pendem bastante ao samba e influenciam o grupo com sua brasilidade.

Em suas composições, Jair, "filho da letra", poetisa primeiramente para depois musicalizar, esperando que seja aceito mesmo com sua personalidade extremamente poética. Em "Carta aos Brasilis" passa seus sentimentos sobre o povo brasileiro. Um povo "de pouca garra e muito nada". Bruno diz que essa é a verdade, que "muita gente não se sente a vontade com isso, mas é preciso dizer". A música, originada de uma poesia, está dentro da proposta que enxergam na banda: "Carta aos Brasilis é uma aposta, que enquanto música reclama da falta de investimento na educação, e enquanto banda busca fazer música repleta de poesia", conta Jair.

"A música desde sempre foi essa junção de poesia e música", explica. Para ele, é difícil enxergar poesia nas músicas atualmente, como cita ver em Raul Seixas, Vinícius de Moraes, Chico Buarque ou Adorinan Barbosa. Mas dentro dos quintais das casas de família de alguns deles, os oito integrantes tocam e ensaiam na busca de ressuscitar a musicalidade poética. A junção de tantos instrumentistas não é vista como um empecilho. Bruno, flautista desde os quatro, afirma que o projeto lhes "dá uma abertura total para arranjar". A experiência dos músicos os deixa a vontade para os arranjos. "É preciso saber se colocar, sem apagar o outro", diz Bruno.

Os músicos sentem-se confiantes em relação a participação no festival. Bruno confessa esperar uma avaliação mais rígida dos jurados nesta edição do festival, mas ambos os entrevistados consideram que o projeto está muito bem acabado, e que renderá bons frutos. Jair, em sua personalidade poética, afirma "compõe de maneira cantável", e que enxerga o FUC como Deus ouvindo seus sonhos. "O FUC é nosso primeiro passo para sair do anonimato".

Ass: Joaquim Lucas - Assessoria de Comunicação do Teatro Glauce Rocha

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